Teria tantas coisas a dizer-te
se minha boca a isso se atrevesse...
Ou o louco receio de perder-te
me abandonasse e não me emmudecesse...
- Mas que receio, que receio é esse? -
diz-me a vontade firme no querer-te.
E o coração na ânsia de prender-te
queria, bem o sei, que ela vencesse...
Então eu falo, exponho-lhe as razões:
- ... que tu altiva e fria me supões...
- ... que estás habituado a ver-me assim...
- ... que não quero mudar... - que tenho medo
de ti, da minha voz, deste segredo
ao qual dou a vida e que me mata a mim...