Vejo em ti indeciões e sonhos
No poço profundo do olhar
Que são os mentores das utopias
Com reflexos de sol e vida a iluminar.
À conta com os limos da memória
Entranhado nas águas do presente
Abarco a grandeza dos teus olhos d'alma
Como um passar de vida, eternamente...
Palavras nem sequer são proferidas
Pelos teus olhos, cisternas com lumes de luar,
Numa aparente teia de fios de memória
Tens a solidão descampada a ofertar.
Ao perder-me nas mãos e no teu corpo
Na clardade da alva, que se vai avizinhando,
Após acordes de emoção te vou amando.
Estio, frio, vento, tempestades,
Gelo, chuva, névoa, sol e lua.
Horizontes etéreos repartimos
Se tu fores meu e eu for tua!