Aquelas mãos

Aquelas mãos

Mimosas... Veludíneas... De luar!

Só meiguice, carinhos e brandura...

Arminho branco, leve, a esvoaçar

Nos gestos afagantes de ternura...

 

E quando as eguer para afugentar

o transe amargo de qualquer tortura

a Luz e a Graça veem-nas beijar...

Esvai-se a Forma... São Essência pura...

 

E se buscam serenas, confiantes,

o calor doutras mãos, o meu receio,

é vê-las de repente emmurchecer...

 

Ó mãos de sonho, esguias, ondulantes,

pousai na minha fronte - é meu anseio -

na hora atribulada em que eu morrer.