Jamais houve em meu peito um pálido lampejo
Que revelasse o amor ao meu coração frio,
Como o raio de sol, ardente e bemfazejo,
Que nos vem aquecer no dia mais sombrio...
Em horas de ilusão - rosário de corais -
Meus sonhos de criança, alegres e pueris,
Mostravam-me a sorrir por entre roseirais
A ambicionada Paz dum futuro feliz.
Mas o suave olor das flor's dessa quimera
Há muito se evolou, deixando-me a saudade,
E vejo-me ficar - em plena primavera -
Imersa no terror de eterna tempestade...
Pobre do coração que já perdeu a esp'rança
E que vai sucumbri, assim desiludido!...
É doloroso olhar o Bem que não se alcança,
É bem triste morrer sem nunca ter vivido!...