Enforcado

Enforcado

Jovial, sorridente, corredia

A tua voz de caravela enfeitada

Murmurações nos braços em mim erguida

E no furor que empurra essa jangada.

 

Tão florido é o sol dos teus olhos

A maré cheia que transborda no porão

Existe a espera, nos teus braços, são aos molhos

Levanta a proa, vai passar a procissão.

 

E mãos erguidas, velhas, enrugadas

Meus dedos finos desafiando a alvorada

Que vai crescendo no meu peito e euforia.

 

Ficarão leves, teus cabelos enrolados

Nos meus joelhos tombarão os enforcados

Ao renascer, dessa luz, um novo dia.