Manhã de Bruma

Manhã roxa, de bruma, igual ao coração

Onde se abriga a dor intensa e veemente

Dum amor que se foi... deixando uma paixão!

 

Manhã de bruma... o sol esconde avaramente

No véu do nevoeiro o seu clarão divino,

Que já não tinge de oiro as portas do Nascente...

 

E o triste portador dum sonho peregrino

Recorda com saudade aquelas ambições

Que, a pouco e pouco, vão nas brumas do destino...

 

Perecem de mansinho essas aspirações;

Como desmaia a rosa em jarro cristalino

Assim morre, também, as nossas ilusões!...