O Auriga

A nudez dos pés que o escultor modelou com amor e minúcia

Mostra a pura nudez do teu estar na terra

A longa túnica em seu recto cair diz o austero

Aprumo de prumo da tua juventude

O pulso fino a concisa mão divina dizem

O pensamento rápido e subtil como Athena

E a vontade sensível e serena:

A ti mesmo te guias como a teus cavalos

 

Os beiços de seiva inchados como fruto

Dizem o teu amor da vida extasiado e grave

E sob as pestanas de bronze nos olhos de esmalte e de ónix

Fita-nos a tua paixão tranquila

O teu projecto

De em ti mesmo celebrares a ordem natural do divino

O número imanente