Eu sou pastora sou... tenho um rebanho
de sofrimentos e melancolias,
e pelos montes vou, todos os dias,
vendo crescer um mal que é já tamanho.
Como dos frutos que no chão apanho,
bebo nas fontes de águas sempre frias,
e ao toque lento das Avé-Marias
choro com Deus o meu Destino estranho.
Chegam de longe príncipes risonhos
que me vêm dar seus corações e sonhos,
mas partem tristes porque eu não os quero.
Já fiz com heras duas alianças...
Vesti mimosas... desprendi as tranças...
Ó meu Pastor, é só por ti que espero!