Vida que não acaba de acabar-se,
Chegando já de vós a despedir-se,
Ou deixa por sentida de sentir-se,
Ou pode de imortal acreditar-se.
Vida que já não chega a terminar-se,
Pois chega já de vós a dividir-se.
Ou procura vivendo consumir-se,
Ou pretende matando eternizar-se.
O certo é, Senhor, que não fenece,
Antes no que padece se reporta,
Por que não se limite o que padece.
Mas, viver entre lágrimas, que importa?
Se vida que entre ausências permanece
É só viva ao pesar, ao gosto morta?