Prisioneiro do amor
em terras estrangeiras
ficou o meu senhor!
Despiu-se da armadura fulgurante,
depôs a sua espada de guerreiro,
não quis seguir avante
nem regressar ao reino já distante
numa qualquer manhã de nevoeiro!
Envolta no meu manto de saudade
em vão o esperei, dias e dias,
num misto de descrebça e de ansiedade
quanto empobrecia de alegrias...
Mas nunca mais voltou o meu senhor
unido a terra estranha por amor!
A névoa das manhãs negou-o sempre,
a vida que o prendia não mo deu,
e o tempo lentamente o escondeu.
Em manhãs de neblina
vieram outros reis para a conquista,
lutando com ardor...
Abri de par em par as frágeis portas
da minha vida em ruína
por amor!
Por um sonho se pode
dar num momento a vida!
Por um belo ideal
nos rendemos à morte!
Mas o maior dos crimes sem perdão
é perder a existência lentamente,
gastá-la inutilmente,
na espera sem fim dum impossível,
fechando a tudo o mais o coração!...