V

Devia olhar o rei

Mas foi o escravo que chegou

Para me semear o corpo de erva rasteira

 

Devia sentar-me na cadeira ao lado do rei

Mas foi no chão que deixei a marca do meu corpo

 

Penteei-me para o rei

Mas foi ao escravo que dei as tranças do meu cabelo

 

O escravo era novo

Tinha um corpo perfeito

As mãos feitas para a taça dos meus seios

 

Devia olhar o rei

Mas baixei a cabeça

Doce e terna

Diante do escravo.