Vitória

Já sinto os meus desejos em tropel

saírem do maus fecundo do meu ser,

e luto, com ardor, para deter

essa invasão terrífica e cruel.

 

Ergue-se em mim a Torre de Babel!

Não me consigo, agora, compreender!

Termino a guerra e deixo-me vencer

sorvendo estranho e venenoso mel.

 

De vis e falsos reis tornei-me escrava;

troco o meu Deus por ídolos de cores

que ainda há pouco, aos pés, espezinhava.

 

Mas porque em nós o Bem é sempre inato,

quebro as algemas com penosas dores

e, um após outro, os meus desejos mato.